Por que investimos na Foodology?

José Marcolino, 21 de novembro de 2022
Grão

Um dos mercados mais impactados pela inovação tecnológica nos últimos anos foi o de alimentos. Segundo report da consultoria Emergen Research, o mercado de food tech deve alcançar US$ 342.52 bilhões em 2027, globalmente. 

Dentro desse setor, desenvolvem-se serviços e produtos para sanar uma grande variedade de dores, que impacta uma cadeia de produção extensa, que engloba desde a produção do alimento no solo até chegada da refeição para o consumidor final. É, portanto, um mercado com muito espaço para inovação tecnológica que a Grão acompanha com interesse, sempre atenta a boas ideias – a exemplo da Pink Farms, responsável pela maior fazenda vertical urbana da América Latina, e da Cayena, marketplace que conecta restaurantes e bares a fornecedores, que fazem parte do portfólio da Grão. 

Recentemente, investimos em outra food tech – a colombiana Foodology – em uma rodada que captou US$ 50 milhões e contou com a participação de fundos globais como Andreessen Horowitz, Wollef e Kayyak

A Foodology explora um outro segmento dentro do mercado de food tech: o de cloud kitchen (ou ghost kitchen), em que o restaurante existe apenas para o delivery (explicamos mais sobre o modelo abaixo). Trata-se de um segmento em rápida expansão globalmente. Dados do Statista mostram que em 2021 o mercado mundial de cloud kitchen foi avaliado em pouco mais de US$ 56.71 bilhões, e deve alcançar US$ 112.53 bilhões em 2027. 

A projeção esperada para o mercado, somada às qualidades únicas da Foodology, nos dão convicção de que a empresa tem um longo e bem sucedido caminho pela frente, do qual nós da Grão estamos orgulhosos em fazer parte.

Quer saber por que investimos na Foodology? Vem com a gente!

Na vanguarda

Além do enorme potencial do mercado endereçado pela Foodology, é importante observar o timing da food tech. A Foodology chegou ao mercado em 2019, quando agregadores como iFood e Rappi já haviam inaugurado uma nova dinâmica no mercado de food delivery, com maior foco em tecnologia e na experiência do usuário (segurança, diversidade, rapidez). De repente, “pedir delivery” se tornou não só mais simples, mas mais atrativo devido à enorme variedade de opções e facilidades oferecidas pelos apps. 

Um ano depois, fomos todos surpreendidos pela pandemia de Covid-19, levando dezenas de milhares de restaurantes e bares a uma necessidade repentina, porém irreversível, de digitalização e otimização da operação para atender as especificidades do delivery, impulsionando a adoção de novas ferramentas tecnológicas e de novos processos dentro da cozinha.

Nesse novo contexto global, a aposta da Foodology no modelo de ghost kitchens se revelou certeira, garantindo à empresa uma vantagem competitiva, uma vez que ela já operava em um modelo desenhado para o delivery, possibilitando que a empresa acelerasse seu crescimento em um mercado que não pára de expandir – segundo o Statista, o mercado global de food delivery deve atingir US$ 130.2 bilhões em 2022 e pode chegar a US$ 223.7 bilhões em cinco anos.

Operando restaurantes com múltiplas marcas, criadas exclusivamente para o delivery, a startup consegue otimizar a capacidade ociosa da cozinha, gerenciar de maneira mais eficiente a logística com fornecedores e produzir cardápios diversos e exclusivos para entrega em um mesmo espaço todos os dias da semana, resultando em economias nas principais áreas de custos e despesas, como imóveis e equipamentos, ingredientes e pessoal.

Com esse modelo estruturado de acordo com os parâmetros de produção que melhor atendem o delivery, a Foodology já entregou mais de 2 milhões de pedidos. 

Excelência operacional

A decisão por um investimento demanda olhar atento e uma extensiva pesquisa não apenas sobre o modelo de negócios e o Product Market Fit, mas também sobre como a empresa executa sua operação e estratégia de expansão. 

A ambição dos founders é clara desde o início: as estratégias atuais e futuras objetivam conquistar a liderança do mercado na América Latina. No entanto, na Foodology, as decisões de negócio sempre miram a escalabilidade e eficiência operacional, da cozinha ao software. Assim, a expansão geográfica da startup foi pensada e planejada com cautela, garantindo a consistência e eficiência dos processos em todas as localidades em que está presente.

Em apenas três anos de operação, a food tech já expandiu para o México, Brasil e Peru, operando atualmente 81 ghost kitchens e mais de 20 marcas de restaurantes distribuídas pelos principais pólos gastronômicos de cada país, como Cidade do México, Guadalajara, Bogotá, Medellín Cartagena, São Paulo e Lima. 

Com o número de pedidos aumentando com consistência, boas taxas de retenção de clientes, e NPS (Net Promoter Score) e ticket médio acima da média do mercado de food delivery, a Foodology trabalha para encerrar 2022 com presença em 100 localidades e tem planos ambiciosos para o Brasil, um mercado potencial que pode chegar a dez vezes o tamanho do mercado da Colômbia. 

Fundadores complementares, time diverso

A complementaridade do histórico acadêmico e profissional dos dois fundadores da Foodlogy também foi central para o investimento: os empreendedores colombianos Daniela Izquierdo e Juan Guillermo Azuero se conheceram durante um MBA em Harvard, em 2017, quando cursavam uma disciplina sobre oportunidades e desafios na indústria de restaurantes, uma paixão compartilhada por ambos. 

O match foi instantâneo e não demorou para que a dupla começasse a pensar sobre como desenvolver um modelo de negócio que aproveitasse o crescente mercado de delivery e agregasse tecnologia para otimizar a operação e reduzir os riscos da indústria de restaurantes tradicional. 

Formada em Engenharia Industrial, Daniela trouxe ao time de fundadores uma visão de negócios apurada, fruto de sua experiência como Business Analyst e Investment Banking Analyst e passagens pela McKinsey e Helm Group. Já Juan Guillermo, que antes de se aventurar no empreendedorismo construiu uma carreira bem sucedida no Boston Consulting Group, onde atuou por quase uma década, tem sólida experiência em administração de negócios, finanças e estratégia. 

Além disso, observamos que os outros profissionais que compõem o quadro executivo e de lideranças da empresa possuem históricos igualmente impressionantes e agregam diferentes backgrounds. Essa capacidade de atrair talentos e compor um time consistente e diverso é uma habilidade fundamental para um time de fundadores de primeira viagem.